Teoria Etílica do Estado

O funcionamento dos bares em uma sociedade sem Estado

* por Mikhail Bakurim

Todos nós  sabemos que o Estado é uma instituição opressora que só existe para reprimir a liberdade dos indivíduos e para cobrar impostos. Uma sociedade sem Estado resolveria todos os problemas da humanidade. Mas nenhum problema da humanidade pode ser mais importante do que o problema do acesso ao álcool.

Em uma sociedade sem Estado, a cerveja deveria ser mais barata, devido à ausência de impostos. Todavia não se sabe se seria viável o transporte seguro de cerveja pelas estradas, pois, sem a existência de polícia, os caminhões provavelmente seriam atacados e saqueados por pinguços sedentos. A solução poderia estar em providenciar escoltas armadas para cada caminhão de cerveja, no entanto isso iria encarecer o preço do produto, talvez erodindo o barateamento proveniente da ausência de impostos.

Já os bares poderiam funcionar com mais liberdade, sem a fiscalização do Estado. Seria possível colocar mesas nas calçadas e no meio da rua sem sofrer punições estatais, havendo apenas o possível risco de um doido passar de carro em alta velocidade atropelando os clientes, sabendo que não há Estado que o possa punir. O dono do bar poderia ainda colocar som alto à vontade, tocando até sete horas da manhã. Aliás, não haveria limite de horários para funcionamento de bares, que poderiam ficar abertos enquanto houvesse algum papudim querendo tomar mais uma dose.

Sem as restrições impostas pelo Estado, os donos dos bares poderiam oferecer aos seus clientes experiências etílicas mais extremas, como a possibilidade de servir álcool 100% puro para os bebedores mais audazes. No caso do chope, entretanto, a ausência de fiscalização estatal poderia ensejar a sua diluição com água.

A venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos também não sofreria restrições em uma sociedade sem Estado, podendo ocorrer livremente.

Na hora de pagar a conta, a ausência do Estado e suas leis significaria a livre escolha da porcentagem da taxa de serviço, que tanto poderia ser zerada, como poderia ser de 35%, dependendo do livre ajuste entre as partes. Mas sem o Estado emitindo uma moeda de curso forçado, as formas de pagamento poderiam ser as mais variadas possíveis. O dono do bar poderia avisar com antecedência aos clientes quais criptomoedas aceitaria como forma de pagamento, Bitcoin, Litecoin, etc., podendo ser aceito pagamento com relógio, sapato, saco de manga, cacho de bananas, lata de leite em pó, e outros meios criativos. Ou simplesmente o cliente poderia se levantar e sair correndo sem pagar, pois não haveria polícia do Estado para vir em sua perseguição.

São todas questões complexas a serem analisadas pelos ébrios habituais ao se considerar a possibilidade de uma sociedade sem Estado.

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